quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

De todas as obras das sete belas artes que já tive o prazer de conhecer, eis a que mais me emociona: a Nona Sinfonia de Beethoven. Não sei bem o porquê e também não tento entender, já que emoção não se explica, se sente. Acho essa música o máximo ao que um artista chegou. Está impregnada de júbilo, de libertação, de alegria. Por ser a última sinfonia do conturbado Beethoven, talvez tenha um quê de libertação dele mesmo, de sua profundidade.
Escrita entre 1822 e 1824 - três anos antes de sua morte, 26 de março de 1827 - é considerada por muitos sua maior obra. Foi a primeira sinfonia cantada, por isso foi denominada Coral. A parte cantada do 4° ato é uma trecho do poema de Friedrich Schiller, An Die Freude (À alegria). Foi apresentada pela primeira vez em 7 de maio de 1824 Kärntnertortheater, em Viena, na Áustria.
A sinfonia inteira é linda, mas o quarto movimento é esplendoroso. Inicia-se com extrema leveza, revelando sutilmente os acordes do momento principal, como uma anunciação. À hora dos cantores solistas e do coral é grandiosa. Entra o tenor com os primeiros versos com inserções do coral...mas quando a soprano entra é arrepiante. Há uma pausa... a música torna-se quase uma marcha marcial, preludiando a grandiosa conclusão da Ode à Alegria.
Sem palavras exatas para maiores descrições...apenas ouçam e sintam!



Letra em Alemão
O Freunde, nicht diese Töne!
Sondern laßt uns angenehmere
anstimmen und freudenvollere.
Freude! Freude!
Freude, schöner Götterfunken
Tochter aus Elysium,
Wir betreten feuertrunken,
Himmlische, dein Heiligtum!
Deine Zauber binden wieder
Was die Mode streng geteilt;
Alle Menschen werden Brüder,
Wo dein sanfter Flügel weilt.
Wem der große Wurf gelungen,
Eines Freundes Freund zu sein;
Wer ein holdes Weib errungen,
Mische seinen Jubel ein!
Ja, wer auch nur eine Seele
Sein nennt auf dem Erdenrund!
Und wer's nie gekonnt, der stehle
Weinend sich aus diesem Bund!
Freude trinken alle Wesen
An den Brüsten der Natur;
Alle Guten, alle Bösen
Folgen ihrer Rosenspur.
Küsse gab sie uns und Reben,
Einen Freund, geprüft im Tod;
Wollust ward dem Wurm gegeben,
Und der Cherub steht vor Gott.
Froh, wie seine Sonnen fliegen
Durch des Himmels prächt'gen Plan,
Laufet, Brüder, eure Bahn,
Freudig, wie ein Held zum Siegen.
Seid umschlungen, Millionen!
Diesen Kuß der ganzen Welt!
Brüder, über'm Sternenzelt
Muß ein lieber Vater wohnen.
Ihr stürzt nieder, Millionen?
Ahnest du den Schöpfer, Welt?
Such' ihn über'm Sternenzelt!
Über Sternen muß er wohnen.

Letra em Português

Ó, amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais prazeroso
E mais alegre!
Alegria, formosa centelha divina,
Filha do Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Tua magia volta a unir
O que o costume rigorosamente dividiu.
Todos os homens se irmanam
Ali onde teu doce vôo se detém.
Quem já conseguiu o maior tesouro
De ser o amigo de um amigo,
Quem já conquistou uma mulher amável
Rejubile-se conosco!
Sim, mesmo se alguém conquistar apenas uma alma,
Uma única em todo o mundo.
Mas aquele que falhou nisso
Que fique chorando sozinho!
Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos deu beijos e vinho e
Um amigo leal até a morte;
Deu força para a vida aos mais humildes
E ao querubim que se ergue diante de Deus!
Alegremente, como seus sóis voem
Através do esplêndido espaço celeste
Se expressem, irmãos, em seus caminhos,
Alegremente como o herói diante da vitória.
Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos, além do céu estrelado
Mora um Pai Amado.
Milhões, vocês estão ajoelhados diante Dele?
Mundo, você percebe seu Criador?
Procure-o mais acima do Céu estrelado!
Sobre as estrelas onde Ele mora!

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